sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

MANUEL MEDEIROS - LIVRARIA CULSETE - SETÚBAL






Cerimónia no Salão Nobre da Câmara, com muitos admiradoresMANUEL MEDEIROS DOUTORADO HONORIS CAUSA PELA UNISETO livreiro e autor Manuel Pereira Medeiros foi, ontem, homenageado com as insígnias de Doutor Honoris Causa, a mais alta distinção da Universidade Sénior de Setúbal – Uniset. Presentes na cerimónia cultural estiveram muitos admiradores e figuras gradas da cultura, que não regatearam elogios. “Quando vim dos Açores para Setúbal, há 40 anos, mais do que viver em Setúbal, passei a viver com Setúbal.” A expressão é de Manuel Pereira Medeiros, que, em 1973, inaugurou a livraria Culsete, sita na avenida 22 de Dezembro. Na homenagem de que foi alvo, o livreiro, natural da ilha açoriana de S. Miguel, e que recupera de problemas de saúde, optou por ler poesia da sua autoria, e agradecer a recepção que teve na cidade sadina. O livreiro e autor foi homenageado, na tarde de ontem, pela Universidade Sénior de Setúbal, tendo recebido desta instituição a mais alta distinção – Doutor Honoris Causa. A prolongada sessão decorreu no Salão Nobre da Câmara de Setúbal e foi assistida por cerca de 70 pessoas, próximas, amigas ou simplesmente admiradoras do homenageado. Entre as presenças, a sua esposa, Maria de Fátima, e os dois filhos de ambos. Coube ao reitor da Universidade Sénior, abrir a tarde cultural de ontem. Brissos Lino falou com grande distinção de Manuel Pereira Medeiros. “Um cidadão com um percurso de vida muito rico. Um homem com uma formação clássica, que veio da área da Teologia mas muito cedo atraído pelo mundo da área das Letras, dos livros e das ideias, e capaz de lutar pelas suas convicções,” disse.Justificando que a atribuição do mais alto grau honorário da Universidade à qual preside, Brissos Lino lembrou que este micaelense de nascença “fixou-se em Setúbal em 40 anos, tendo fundado a livraria Culsete que sempre divulgou os livros e os autores, assim como promoção e socialização da cultura.” Na sua intervenção, Américo Pereira, em representação do corpo docente e do Senado da Uniset, confessou-se regozijado por ver aprovada por unanimidade a sua sugestão de atribuir tal distinção a Manuel Medeiros. “Numa sociedade em que existe a tendência de se apenas se reconhecer os valores, quando as pessoas partem para o outro mundo, este tipo de iniciativas de reconhecimento têm todo o cabimento,” lembrando Américo Pereira que, “há anos, correu o boato de que Manuel Medeiros tinha morrido…”Onésimo Teotónio de Almeida, açoriano, professor universitário e padrinho do homenageado, falou do seu conterrâneo Manuel Medeiros, ainda nos tempos remotos do outro lado do Atlântico. E realçou o “papel da esposa e amiga” Maria de Fátima, com quem casou em 1978, em cerimónia religiosa presidida pelo então Bispo, D. Manuel Martins. “O valor intelectual e humano deste homem cedo despontou nos Açores, quer enquanto dirigente associativo jovem, seminarista e sacerdote, mas acabou por ser o amor pelo livros e pela escrita a falar mais alto,” disse, passando em revista o percurso do homenageado por iniciativa da Universidade Sénior de Setúbal. LIVRARIA O setubalense e professor universitário Viriato Soromenho Marques foi outra presença na tarde de ontem, no Salão Nobre da Câmara de Setúbal, entidade que, em 1999 atribuiu a Medalha de Honra, Classe Cultura, a Manuel Medeiros. “Este homem fez da sua vida uma obra, e eu tive o privilégio de muito ter apreendido com ele,” recordando os consecutivos anos em que ele, e a sua livraria, “levaram os livros e a cultura à Feira de Sant´Iago”, bem como as inúmeras sessões culturais na Culsete, com as presenças de personalidades nacionais da vida cultural. Viriato Soromenho não tem reticências em afiançar ser “difícil encontrar outro livreiro com a dedicação, sapiência e dedicação” de Manuel Medeiros. Teodoro João

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