quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O ESTADO AFUNDADO


O ESTADO AFUNDADO

Estamos num tempo em que os poderes públicos estão nas mãos de fanáticos oportunistas e trapaceiros que nem se dão ao cuidado de disfarçar os seus verdadeiros propósitos de assalto aos dinheiros do Estado. Sob a capa de eleitos políticos, praticam os mais sórdidos actos de pirataria e envolvem-se nas mais sofisticadas engrenagens do crime e da corrupção. É tamanha a vontade de desmantelar os pilares dos valores éticos e os meios de fiscalização que nem se dão conta da vigilância popular. Os apetites devoradores da sociedade de direito cega-os de tal maneira que nem se apercebem que se estão a afundar no reino da estupidez do bacoco deslumbramento das ideias patéticas que vão aniquilando os alicerces da sociedade com direitos e deveres.
Estamos num tempo em que temos dificuldade em saber onde acaba a devassa dos bens públicos e começa o assalto despudorado dos parasitas com poder na gestão das coisas públicas. O desastre das políticas dos últimos anos conduz o país para a miséria e atira muitos milhares de famílias para situações angustiantes e perigosas no âmbito da saúde mental. Estamos fartos dos vilões que se instalaram na política só para roubar e delapidar o erário público. O dinheiro descontado para a Segurança Social destinado à capitalização e garantia de pensões de reforma dignas também foi mal gasto e deixou muita gente com o futuro incerto.
Começa a tornar-se perigoso o raciocínio com sentido crítico e livre, como forma de oposição firme contra os desmandos da política agressiva e cega contra os contribuintes que suportam as contas públicas. A persistência na política desagregadora dos princípios básicos duma sociedade organizada para garantir a melhoria da vida dos cidadãos, bem como o esbanjamento dos recursos financeiros em empresas e instituições inúteis à organização do Estado, tem conduzido o país ao desmantelamento dos meios de produção e de bens exportáveis, retirando o ganha pão a muitos milhares de trabalhadores, ao mesmo tempo que as instituições sociais deixam de garantir os meios de sobrevivência aos que descontaram anos e anos na perspectiva de terem uma velhice mais sossegada e feliz.
No caminho que as coisas apontam, o futuro apresenta-se muito sombrio para muitos milhões de bons portugueses.

Joaquim Coelho, contribuinte desde 1953

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