terça-feira, 14 de junho de 2011

A CRISE E A IGREJA CATÓLICA PORTUGUESA

Igreja Católica tem esperança que o novo Governo ouça o “grito da crise”por Agência Lusa, Publicado em 13 de Junho de 2011
D. Manuel Clemente é um dos membros do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa

A Igreja Católica espera que o novo Governo oiça o “grito da crise” para responder com soluções às pessoas mais desfavorecidas e prometeu estar atenta à atuação governativa no campo social.

“A situação de crise não é uma tragédia, é uma situação de dificuldade que deve acicatar-nos no sentido positivo para darmos respostas mais credíveis. E, seguramente, que o Governo irá – assim esperamos - ouvir o grito da crise para lhe responder com soluções”, afirmou hoje o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), padre Manuel Morujão.

Em Fátima, à margem das Jornadas Pastorais do Episcopado, que decorrem até quarta-feira, Manuel Morujão considerou, contudo, que a resolução da crise não está, apenas, no futuro Governo.

“Todos devemos ser parte da solução”, defendeu, garantindo vigilância à atuação da coligação PSD-CDS que vai integrar o próximo Governo em matéria social: “A Igreja tem que estar atenta e, certamente, que é uma exigência que faz em primeiro lugar a si mesma e que faz a todas as entidades que estão ao serviço do país e, concretamente, o Governo”.

Sobre as expetativas que a Igreja Católica tem do futuro Governo, o responsável respondeu que, como qualquer governo, “também este tem que velar pelo bem comum, não o bem desta ou daquela parcela”, apontando a necessidade de “ultrapassar tudo o que possa ser partidarismos”.

O porta-voz da CEP estendeu esta responsabilidade do “bem comum” a “todas as forças sociais” e “também à Igreja”.

Manuel Morujão disse ainda esperar do Governo diálogo com as instituições ligadas à Igreja.

“A atitude de diálogo é fundamental. Não vivemos na travessa do ‘fala só’, mas vivemos na praça da concórdia, na praça do diálogo e é isso mesmo que nós esperamos também deste Governo”, acrescentou.

Defendendo o apoio do Governo às entidades que ajudam quem necessita, Manuel Morujão apontou, a este propósito, a “rede grande de proximidade” que a Igreja possui “junto das populações, nas freguesias, nas paróquias, nas dioceses, nas instituições sociais”.

“Espera-se que possa receber a ajuda do Estado porque é uma ajuda não para si mesma, mas é uma ajuda a pensar naqueles que estão mais desfavorecidos, em piores condições”, observou, admitindo que um dos maiores desafios do futuro Governo é a questão social.

A este propósito, o porta-voz da CEP declarou: “Numa crise quem é que sofre mais? Não são aqueles que estão no topo ou no meio da pirâmide social, mas são aqueles que estão na base, eu diria abaixo da base, no subsolo da pirâmide social”.

“Todos esses que são os desempregados, são as famílias endividadas, são as simples pobrezas, as antigas e as novas pobrezas, eu acho que têm que ter uma reposta”, declarou, considerando que “um governo só será governo da nação na medida em que pensa naqueles que estão em pior situação”.

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