quarta-feira, 15 de maio de 2013

KENNETH ROGOFF - PORTUGAL E A GRÉCIA NUNCA DEVIAM TER ENTRADO NO EURO.

Rogoff

"Grécia e Portugal nunca deviam ter entrado no euro"



"Acho que a Grécia e Portugal nunca deviam ter sido admitidos na zona euro, isso foi um hybris (exagero), tal como foi um exagero admitir a Eslováquia e a Letónia", disse o ex-chefe do gabinete de estudos do FMI, em entrevista ao Frankfurter Allgemeine.
Rogoff afirmou ainda que os políticos europeus não querem ouvir falar de uma eventual insolvência da Grécia "porque não têm um plano para estancar o incumprimento, mas a posição dos governo europeus não é credível, porque a Grécia não poderá cumprir os seus compromissos".
E se a Grécia cair, na opinião do professor de economia na Universidade de Harvard, "aumentará o receio de não se poder aguentar Portugal e a Irlanda, e as preocupações estender-se-ão à Espanha e à Itália", advertiu Rogoff.
"É preciso um plano para conter o risco de contágio, e de momento não há nenhum plano, se a Grécia amanhã falhar, a primeira coisa que vão fazer é comprar títulos da dívida pública de Portugal, mas isso é absurdo, porque a dívida de Portugal também tem de ser reestruturada", advertiu o economista norte-americano, na entrevista ao matutino alemão.
Outro "guru" das finanças internacionais, George Soros, defendeu, em artigo publicado hoje no Financial Times Deutschland, que para resolver a crise das dívidas soberanas "é preciso considerar a hipótese" de a Grécia, Portugal e a Irlanda já não poderem pagar as suas dívidas e terem de deixar o euro.
Mas para isso, acrescentou Soros, "terá de haver uma mudança radical de paradigma, sobretudo na Alemanha, porque os alemães continuam a pensar que ainda estão em condições de decidir se devem apoiar o euro ou não, o que é um grave erro".
 

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